Quais são os caminhos para inovar e empreender?

É possível aprender a empreender? Quais são os desafios para inovar hoje? Existem habilidades que ajudam a ter sucesso nessa jornada?

Essas e outras questões fizeram parte do Webinar Empreendedorismo do Futuro: comportamento e novos caminhos para inovar, promovido em 27 de novembro pelo Senac São Paulo.

Participaram do bate-papo Fernanda Nascimento, especialista em marketing com foco no cliente, e Anderson Penha, com especialização em experiência do usuário que atua em empreendimentos sociais e economia criativa. A conversa teve transmissão on-line ao vivo e foi mediada por Alice Salvo Sosnowski, jornalista e especialista em empreendedorismo.

Alice iniciou o encontro destacando que cerca de 52 milhões de brasileiros estão empreendendo no país, segundo a pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), aplicada pelo Sebrae. Ela lembrou que muitos buscam esse caminho por necessidade e não por encontrar oportunidades de mercado. E questionou os convidados: “Nesse cenário, é possível aprender a ser empreendedor?”.

Fernanda acredita que é possível e que conhecimento e prática são essenciais nesse processo. “Conforme você repete e treina vai se habilitando. E o que, no começo, é uma atividade muito difícil acaba se tornando hábito”, afirma.

Habilidades e diferenciais
O webinar destacou que a nova era do trabalho exige diversas competências e habilidades, conhecidas como soft skills, tanto do profissional quanto do empreendedor. Entre elas estão: flexibilidade, criatividade, gestão de tempo, empatia, pensamento crítico e trabalho em equipe.

“Existem habilidades que não são mensuráveis ou tão tangíveis, como saber vender, saber se comunicar, escutar bem, isso tudo é importante estar no pacote de aprendizado e de comportamento do empreendedor”, ponderou Alice.

Os três especialistas citaram que três comportamentos são essenciais: disposição ao risco, equilibrar a razão e emoção e ir a campo para falar olho no olho com as pessoas. 

Empreender e inovar
Fernanda contou que começou a empreender por necessidade após ficar desempregada em 2014. Agora, não se vê mais trabalhando em uma corporação. “Empreender não é fácil, mas me dá liberdade. Me permite inovar o tempo todo e eu preciso inovar sempre porque tem um consumidor que não para”, diz.

De tudo o que aprendeu, Fernanda destaca a importância da escuta ativa. “A gente precisa aprender a escutar o cliente e dar a ele o que ele quer e não o que a gente acha que ele quer”.

E mostra como isso vem mudando: “A gente vem de uma época em que inovar era pensar no que um produto pode fazer de melhor. Hoje, inovar é escutar o que seu cliente tem de problema e pensar em uma solução para isso”, diz Fernanda.

Anderson, por sua vez, revelou que seu primeiro trabalho na vida foi como feirante e isso trouxe grandes aprendizados para empreender. “É muito louco quando você entende a dinâmica da feira. Tem um aquecimento, um ritual de abertura, o processo de comprar e de vender. Você cria esse diálogo com o consumidor. Você tem o seu “concorrente” do lado fazendo propostas para o cliente”, enfatiza.

Novos desafios e as tecnologias 
Além do conhecimento e das habilidades, o empreendedor ainda precisa saber trabalhar em um cenário cada vez mais influenciado pela transformação digital.

Segundo Fernanda, todo empreendedor também é um consumidor bem empoderado, mas quando assume o papel de fornecedor esquece esse comportamento. Para fazer um bom atendimento, ela indica que é preciso lembrar de como gosta de ser tratado e conversar mais com o cliente.

Anderson e Fernanda perceberam que a tecnologia está mudando o comportamento das pessoas. Citaram uma pesquisa que aponta que aplicativos de transporte de comida estão impactando negócios como restaurantes, supermercados e até o hábito de cozinhar em casa.

“Quando discutimos comportamento digital também falamos do impacto social que isso gera. Nas sociedades mais desenvolvidas as pessoas estão voltando a fazer trabalho manual. Nos EUA surge uma sociedade made in e o nome do bairro. Há uma tendência no microssistema de inovar a partir da percepção e resgate do novo para as pessoas”, analisa Anderson.

Como identificar oportunidades?
Para identificar as possibilidades de empreender, Anderson recomenda avaliar demanda e oferta e cita cenários promissores nas áreas de conteúdo e novos tipos de formatos, como os podcasts. Outra opção são as escolas de culinária a viajantes para ensinar pessoas que querem aprender a gastronomia do local. “Você tem que entender para aonde a sociedade está indo e o que ela vai demandar para conseguir fazer as apostas”, observa.

Fernanda e Anderson pontuaram que é necessário o empreendedor sempre estar disposto a observar, inovar, arriscar e não ter medo. “São experimentações. Gosto de falar que não quer dizer que você irá acertar sempre”, conclui Anderson.

A conversa contou com várias questões dos internautas e os especialistas ainda falaram muito sobre comportamento na economia criativa, como empreender em novos segmentos e a importância de estudar e buscar informações na área. 

Confira na íntegra a gravação do Webinar Senac Empreendedorismo do Futuro: comportamento e novos caminhos para inovar. A iniciativa integrou a programação da Semana Global do Empreendedorismo 2019.

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