Bolsonaristas de Araraquara já foram avisados que presidente pode criar novo partido

A fala do presidente Jair Bolsonaro afirmando que tem 80% de chances de sair do PSL e criar um novo partido agitou os bastidores do poder nos últimos dias. Apesar de esperada, o tom da afirmação surpreendeu, especialmente pelo endurecimento do conflito entre bolsonaristas e bivaristas pelo controle do partido (e do milionário fundo partidário que a agremiação passou a ter direito depois das eleições de 2018). Esperava-se que os dois lados se dedicassem 100% a vencer uma a outra, ou mesmo que o aumento da pressão viabilizasse um acordo entre as partes. A briga, que está feia nas redes sociais e já chegou às raias da justiça, é acompanhada de perto por toda a classe política, e isso porque muita coisa pode mudar caso a fala do presidente venha a se confirmar realmente.

E parece que é sério

Pelo tom de sua afirmações, a fala de Bolsonaro parece passar longe de ser mera especulação. De acordo com o apurado pela coluna, o grupo bolsonarista de Araraquara – leia-se, integrantes do Movimento conservador local -, teria sido contatado por graduados membros do estafe presidencial de São Paulo com a expressa orientação de se prepararem para desencadear um grande trabalho de arregimentação de membros na cidade e na região. O trabalho do jovem Rodrigo Ribeiro e seus parceiros seria captar assinaturas de eleitores para ajudar na viabilização do novo partido. O trabalho terá de ser feito em todo o Brasil…

Trabalhoso, mas tem suas vantagens

Para sair do papel, a nova legenda precisa colher a assinatura de 500 mil votos válidos – o que equivale a 0,5% para a Câmara dos Deputados. Essas assinaturas precisam estar divididas por, ao menos, um terço dos Estados da Federação, com um mínimo de 0,1% dos votos válidos em cada Estado. As assinaturas devem vir junto com o nome completo e os dados do título de eleitor de cada pessoa (número, zona eleitoral e seção). Se o projeto dos Bolsonaro der resultado, todos os problemas que atualmente seu grupo enfrenta no PSL passariam a ser coisa do passado. O presidente teria um partido pra chamar de seu, não haveria qualquer punição para os parlamentares que desejassem acompanhá-lo, e o novo partido teria certamente o fundo partidário correspondente ao número de deputados que ostentar (caso ele vá para um partido já existente, há dúvidas sobre se conseguiria esse intento).

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