Taxa de Mortalidade Infantil em Araraquara cai para 6,5, a metade do índice nacional
O índice de mortalidade infantil (no primeiro ano de vida) em Araraquara caiu para 6,5 óbitos para cada mil nascidos vivos em 2019, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde. Uma estatística bem melhor que a registrada pelo Estado de São Paulo (11 por mil) e pelo Brasil (12,4 por mil) no mesmo período.
No ano passado, 17 óbitos infantis foram registrados entre 2.598 nascidos vivos (o que resulta na taxa de 6,5 por mil), sendo que quatro desses casos eram não evitáveis devido à má formação do feto.
Essa queda na mortalidade infantil reflete o trabalho feito no fortalecimento da Maternidade Gota de Leite, da rede municipal de saúde e da rede privada, recolocando o município em destaque nacional.
O índice é igual ao já registrado por Araraquara no ano de 2005, quando o coeficiente também em foi de 6,5/mil nascidos vivos.
Naquela época, devido ao investimento em vacinação e na saúde das gestantes, Araraquara ficou entre as nove melhores cidades do País e entre as cinco melhores do Estado no Índice de Desenvolvimento Infantil (IDI), divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) em 2006. Araraquara foi a primeira colocada entre as cidades médias (com cerca de 200 mil habitantes) no desenvolvimento infantil.
Na Agenda 2030 sobre o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, os Estados-membros se comprometeram em reduzir a taxa de mortes de recém-nascidos para menos de 12 casos em cada mil nascimentos. Araraquara tem praticamente metade desse índice.
“Os números de mortalidade infantil devem ser avaliados criteriosamente e devem refletir tendências. E a nossa tendência é de queda, devido aos investimentos na assistência ao pré-natal, parto e período neonatal. A parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde e FunGota fortaleceu os ambulatórios de final de gestação e de gestação de alto risco, colaborando para a integração das instâncias de assistência a mulher, bebê e família”, explica a diretora-executiva da FunGota (que administra a maternidade), Lúcia Ortiz.
Para Fabiana Araújo, enfermeira da Vigilância em Saúde, a redefinição de protocolos de toda a rede de saúde para o atendimento das gestantes também foi fundamental para esse resultado. Ela destaca também a participação ativa da sociedade por meio de organizações formais e informais que buscam a humanização de todo o processo de gestação, parto e puerpério (período logo após o parto).
“A qualidade do pré-natal é fundamental para evitar os óbitos fetais. Nós temos a meta de ficar sempre abaixo de 10 por mil nascidos vivos, mantendo em um dígito, e conseguimos diminuir bem nos últimos anos. Nós continuamos visando a manutenção desse índice por meio das nossas ações”, afirma Fabiana.
A coordenadora de Atenção Básica da Secretaria de Saúde, Talitha Martins, destaca que os agentes comunitários de saúde possuem um papel fundamental na realização de busca ativa de gestantes para iniciarem o pré-natal e na orientação do planejamento familiar e reprodutivo, constituindo elo entre comunidade e unidade de saúde.
“A realização de testes rápidos, já no primeiro atendimento da gestante, possibilita detecção precoce e tratamento oportuno de patologias como a sífilis, evitando consequências graves para os fetos. Na primeira consulta, a gestante já recebe a caderneta da gestante, que contém informações quanto ao desenvolvimento fetal, e é feito o agendamento de consulta odontológica, verificação da situação vacinal, e também é realizado o pré-natal do parceiro, que é estimulado a participar de todas as consultas da gestante”, explica.
Talitha ressalta que muitas unidades de saúde possuem grupos de gestantes e orientações em sala de espera, com informações sobre a importância das consultas de pré-natal, uso da suplementação vitamínica, realização de exames no período adequado, esclarecimento de mitos e verdades quanto à gestação, parto e puerpério, entre outras ações. “E todos os serviços envolvidos no atendimento às gestantes do município são informados quando a gestante não adere ao tratamento de pré-natal, conforme recomendação do Ministério da Saúde”, conclui.
Referência regional
A Maternidade Gota de Leite é referência para partos de baixo risco para os oito municípios da região central do DRS III: Trabiju, Boa Esperança do Sul, Gavião Peixoto, Américo Brasiliense, Santa Lúcia, Rincão, Motuca e Araraquara, além de referência para partos de alto risco para esses oito municípios mais os da região centro–oeste do DRS III: Borborema, Itápolis, Ibitinga, Nova Europa e Tabatinga.
A maternidade tem como missão garantir que as gestantes participem ativamente das decisões relacionadas ao seu parto, sendo realmente protagonistas desse momento. O atendimento médico é executado por médicos plantonistas, que divididos em plantões de 6 ou 12 horas, garantem a assistência a gestantes e bebês 24 horas por dia de segunda a segunda.