DOCENTES DA UNIARA FALAM SOBRE PERSPECTIVAS EM RELAÇÃO AO NOVO NORMAL PÓS-PANDEMIA
Nas análises de como será o mundo depois da pandemia de coronavírus – Covid-19, o “novo normal” é assunto bastante debatido entre as pessoas, sejam ou não especialistas. Os professores da Universidade de Araraquara – Uniara, Janaína Florinda Ferri Cintrão e Edmundo Alves de Oliveira, que ministram a disciplina de Sociologia em diversos cursos da instituição, falam sobre suas impressões referentes ao que está por vir.
No contexto da pandemia, “acho que não é que mudamos os costumes, mas conseguimos, com o processo de isolamento, retomar velhos hábitos para os quais, pela movimentada vida do cotidiano, não tínhamos mais tempo”. “Por exemplo, retomei o artesanato e a leitura. Agora, mudança de hábito mesmo, não acredito que tenha ocorrido. Demos uma parada na vida desenfreada, que não era saudável. Nesse sentido, a pandemia contribuiu para, por meio do isolamento social, termos mais tempo para a família e para retomarmos velhos costumes”, aponta Janaína.
Em sua visão, a pandemia “trouxe o pensar no indivíduo”. “Quando pensamos em nós mesmos, pensamos no outro e, consequentemente, também retomamos antigos sentimentos como empatia e solidariedade. Esse novo olhar, que não é novo, nos dá a percepção de cuidarmos do próximo”, diz a docente.
Sobre a questão da educação do “novo normal”, “penso que nossas salas de aula nunca mais serão as mesmas de outrora”. “E em relação à economia, acredito que o e-commerce já tinha certa grandeza, e agora isso deve aumentar cada vez mais. Já o lazer talvez passe a ser mais solitário, dentro da família. Não acredito que consigamos voltar ao que era antes. Esse ‘novo normal’ é muito diferente do que existia e meu receio é que os indivíduos não entendam que nele teremos que manter o isolamento, as máscaras e os hábitos mais higiênicos, que são três questões extremamente importantes para que consigamos voltar à socialização”, avalia Janaína.
Ainda assim, é impossível que as relações humanas sejam completamente comprometidas, de acordo com a professora. “Não existe isolamento permanente. Ele nada mais é do que a diminuição dos contatos sociais primários e secundários. O isolamento social completo não existe porque a todo momento temos contatos sociais primários com nossas famílias e pessoas queridas, e até mesmo os secundários, que seriam com menos emoções. Isso não vai terminar. Então, acho que não vai existir o esfriamento das relações humanas”, declara.
Por sua vez, Oliveira afirma que analisar o “novo normal” é complicado. “Estamos percebendo que o ‘normal anterior’ não vai mais existir, mas como seria esse ‘novo’, isso são especulações, de modo que não é possível fazer nenhuma análise sobre o que está por vir. Tudo o que se falar sobre o futuro entrará no mundo da futurologia, e não em uma ciência real”, coloca o docente.
No entanto, para ele, os costumes mudaram bastante, “e provavelmente continuarão a mudar”. “São hábitos de comportamento, higiene e utilização de meios digitais de comunicação e informação, que foram muito reforçados com essa nova condição”, finaliza.
Informações sobre os cursos da Uniara podem ser obtidas no endereço www.uniara.com.br ou pelo telefone 0800 55 65 88.