Roda de conversa marca Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

A Coordenadoria Executiva de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Ceppir) e o Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo (Comcedir) promovem na próxima terça-feira (21) uma roda de conversa em alusão ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. O encontro acontece a partir das 19h no Cedepe, localizado na Secretaria Municipal da Educação.

A roda de conversa será fomentada por religiosas e religiosos da Umbanda e do Candomblé que, a partir dos seus relatos e conhecimentos, suscitarão discussões a partir do tema “Até onde caminhamos? As religiões de matriz africana e afro-brasileira em Araraquara”.

A atividade é aberta à população araraquarense interessada nas discussões, que têm por finalidade aproximar as pessoas, trocar experiências e entender melhor a dinâmica das casas e terreiros que vivenciam as religiosidades de matriz afro em seu cotidiano.

“Também pretendemos pontuar os desafios para a superação de preconceitos e discriminações, desmistificar alguns sensos comuns que inferiorizam tais práticas e fortalecer a participação das e dos interessados na construção de ações coletivas que venham a valorizar essas religiões e propagar uma cultura de paz e respeito”, esclarece o coordenador da Ceppir, Luiz Fernando Costa de Andrade.

De acordo com o coordenador, a ideia – nascida de uma reunião composta por atores políticos envolvidos na causa – reforça a importância do diálogo constante e permanente, e encontra na Comissão de Religiões de Matriz Africana e Afro-brasileiras do Comcedir uma referência para sua articulação e para a discussão posterior a fim de, junto das instâncias responsáveis, efetivar o Plano Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo.

Durante a atividade, a Ceppir pretende ainda colher depoimentos de lideranças das religiões de matriz afro com o intuito de fomentar o “Memorial Sociocultural e Político da Comunidade Negra Araraquarense”. A iniciativa visa reunir documentos, materiais audiovisuais e outros conteúdos não só das religiões afro, mas de todas as expressões relacionadas à história e cultura africana e afro-brasileira, principalmente no município de Araraquara. O memorial, ainda em desenvolvimento, consta como uma das ações do Plano Plurianual da Coordenadoria de Igualdade Racial.

21 de janeiro

O 21 de janeiro passou a ser reconhecido como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa em 2007. A data coincide com a morte da ialorixá Gildásia dos Santos, conhecida como mãe Gilda de Ogum, fundadora do Axé Abassá de Ogum, em Itapuã (BA). Em 2000, a religiosa e sua família foram atacados dentro do terreiro, e o trauma contribuiu para os problemas cardíacos que a levariam à morte.

“Vale ressaltar que, em se tratando de intolerância religiosa, as discussões não devem se resumir às religiões de matriz africana e afro-brasileiras, uma vez que o intuito último é o respeito a toda a diversidade de religiões e a busca pela cultura de paz”, pontua o coordenador da Ceppir.

“Contudo, por suas particularidades e por um sentimento crescente de insegurança, que apontam essas religiões e seus seguidores como aqueles que mais sofrem com a intolerância religiosa, cabe aos representantes institucionais, políticos e religiosos se posicionarem e propor formas de garantir a defesa dos direitos, bem como a própria continuidade e existência desses saberes e práticas que, ainda preservados, atravessaram séculos enfrentando descasos e violências”, completa Andrade.

Serviço

Roda de conversa pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa: “Até onde caminhamos? As religiões de matriz africana e afro-brasileira em Araraquara”

Data: Terça-feira, dia 21

Horário: 19h

Local: Cedepe – Secretaria Municipal da Educação (Av. Vicente Jerônimo Freire, 22, Vila Xavier)

Grátis

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *