Fim da escravidão ou início da exclusão? A conquista da “liberdade” e a luta diária pela igualdade

Bahia – 1814
200 escravizados haussás atacaram armações pesqueiras de baleias, invadindo casas e ameaçando senhores de engenho.

Bahia – 1835
Revolta dos Malês – liderada por africanos islamizados, objetivava a libertação dos negros escravizados.

Ceará – 1881
Greve dos jangadeiros – os trabalhadores se recusaram a transportar escravizados, que seriam  vendidos, do  Porto de Fortaleza para os navios negreiros.

Ceará – 1884
O presidente da província, Sátiro Dias, declarou a libertação de todos os escravos do Ceará, tornando o estado o primeiro a abolir a escravidão no país.
Revoltas, greves, formação de quilombos, grandes nomes da resistência e a crescente pressão internacional resultaram no:

13 de maio de 1888 – Abolição da Escravatura no Brasil.
Era o fim da escravidão? 132 anos depois, manchetes como estas são frequentes em todo o tipo de veículos de imprensa do país.

IBGE: População negra é principal vítima de homicídio no Brasil
Entre 2012 e 2017, foram registradas 255 mil mortes de negros por assassinato; em proporção, negros têm 2,7 mais chances de ser vítima do que brancos
https://exame.abril.com.br/brasil/ibge-populacao-negra-e-principal-vitima-de-homicidio-no-brasil/

Negros respondem por dois em cada três desempregados no país
Segundo os dados da Pnad, a taxa de desocupação dos que se autodeclaram pretos é de 14,5%, de 14% para pardos e de 9,5% para brancos
https://noticias.r7.com/economia/negros-respondem-por-dois-em-cada-tres-desempregados-no-pais-22082019

Crimes discriminatórios crescem em 70% nos estádios de futebol do Brasil
Estudo do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, referente a 2019, mostra 150 ocorrências, sendo 62 a mais do que no ano anterior  
https://gazetaweb.globo.com/portal/noticia/2020/04/_102465.php

Letalidade da Covid-19 na população negra pauta imprensa sobre raça e desigualdades
https://www.abrasco.org.br/site/noticias/saude-da-populacao/letalidade-da-covid-19-na-populacao-negra-pauta-debate-sobre-raca-e-desigualdade-social-na-imprensa/46775/

O  tratamento dispensado aos que se tornaram ex-escravos no País, ou seja, a falta de condições de inserção no trabalho já precário, agora reservado a brancos e estrangeiros, ocasionou uma população à margem da sociedade, o que agravou-se com o passar do tempo. Por isso, o 13 de maio não é comemorado pela comunidade negra como o fim da escravatura, mas como:

Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo.