Chorume não seria causa de contaminação no Pinheirinho
Na tarde de quarta-feira (30), o vereador Elias Chediek (MDB) consultou o gerente de Resíduos do Departamento Autônomo de Água e Esgotos (Daae), Agamenon Bruneti Júnior, sobre a queixa de frequentadores do Parque Pinheirinho que alegaram odor forte similar a esgoto na água da represa aberta para banhistas.
A demanda surgiu após o superintendente da autarquia, Donizete Simioni, ter declarado que, embora não tenha havido qualquer registro de denúncia formalizada, foi realizada coleta de amostra da água em 23 de outubro. Ainda segundo ele, apesar de a última análise ter ocorrido em junho, de acordo com a Portaria de Consolidação nº 5 de 28 de setembro de 2017, apenas os mananciais de captação superficial e subterrânea usados para consumo humano devem seguir plano de amostragem para análise e controle da qualidade da água, desobrigando o Daae da atribuição de analisar a qualidade das águas em áreas destinadas para atividades apenas recreativa e balneável.
O gerente de Resíduos descartou a possibilidade de contaminação da água da represa por resíduos do lixão desativado há 12 anos aproximadamente, localizado a cerca de 7 km de distância acima da nascente que abastece o parque. Todo lixão desativado deve ser monitorado pelas autoridades ambientais municipais e estaduais por pelo menos dois anos.
“A minha preocupação pela demanda se dá devido a possibilidade de contaminação da população por resíduos derivados de chorume que tem componentes químicos que fazem mal para a saúde das pessoas e ao meio ambiente”, justifica Chediek.
Mesmo com a declaração de Simioni sobre a não obrigação da realização de testes na água do parque, por se tratar de espaço público destinado ao lazer, o parlamentar esteve no local acompanhado pelo diretor da Associação de Bueno de Andrada para Cultura e Turismo Rural (Abatur), Théo Bratfisch.
“Mesmo que superficialmente se tenha esclarecido que o suposto vazamento de esgoto na nascente que abastece a represa do parque público não esteja acontecendo, e o que costuma ocorrer no local é o transbordamento de água de chuva em um fosso de esgoto desativado, sugestionando aos desavisados o transbordamento do resíduo na água límpida, cuidar do meio ambiente nunca é demais e sim obrigação de todos”, entende Bratfisch.
Em 1974, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) iniciou a operação da Rede de Monitoramento de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo. As informações obtidas por meio do programa de monitoramento têm possibilitado o conhecimento das condições reinantes nos principais rios e reservatórios situados nas 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs), em que se divide o Estado de São Paulo, de acordo com a Lei Estadual nº 9.034 de 27 de dezembro de 1994. A UGRHI está estruturada no conceito de bacia hidrográfica, onde os tais recursos hídricos convergem para um corpo d’água principal.
O chorume, também chamado por líquido percolado ou lixiviado, se trata de substância extremamente poluente, com textura viscosa, de cor escura e forte odor nauseante, originado de processos biológicos, químicos e físicos da decomposição de resíduos orgânicos de lixo doméstico e de empresas. O resíduo pode se originar da umidade natural do descarte que aumenta no período de chuvas ou devido à água proveniente da matéria orgânica escorrida durante a decomposição do material, e das próprias bactérias encontradas no lixo que são responsáveis por dissolver a matéria orgânica com a formação do líquido, que também contém elementos inorgânicos, como cobre, cobalto, cromo, arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio.
Chediek solicita que o resultado da análise da água coletada na represa no dia 23 de outubro seja divulgado para a população o mais breve possível pela Gerência Municipal de Tratamento de Água e Esgotos, responsável pelo monitoramento da água da represa do Parque Pinheirinho em Araraquara.
Assessoria de gabinete do vereador Elias Chediek (MDB)